18.11.05

Maria

Ela é a Maria de sempre. Quando fala, mexe com as mãos, como se estivesse costurando no ar. Se fica triste, baixa os olhos e olha para o chão. Já na alegria, sorri jogando a cabeça para cima. Não perdeu a mania de coçar o nariz quando fica – raras as vezes – envergonhada. Seu sorriso ainda é encantador e seu olhar continua avassalador. O modo de andar não mudou em nada. Parece flutuar, desfilando graça e beleza por onde passa. Jogar os cabelos ao vento continua sendo, na minha opinião, o ápice da sua sensualidade. Os homens adoram. Eu adoro. Ela continua revolucionária: dedo em riste, voz altiva. Só não sei se ainda se exalta com as mesmas coisas, acho que não. Sua inteligência ficou intacta, mesmo depois de vinte longos anos. Respostas rápidas, argumentos fortes e, quase sempre, irrefutáveis. Maria ainda sabe o que quer da vida. Isso nunca foi problema pra ela. Conseguiu morar na França, livrou-se das armadilhas do amor e se tornou uma grande pintora. E por falar nisso, seu traço ainda é o mesmo de quando era jovem, a leveza continua lá, em cada pincelada sua. A Maria continua a mesma. Mas, se bem que com esses peitos siliconados, essa boca redesenhada, essa bunda aumentada... Não, não é a Maria mesmo! Nossa! Como o tempo deixou a Maria diferente!

Um comentário:

  1. Anônimo10:42 AM

    Maria, muito legal essa crônica alías todas estão arrasando!!!!

    Bjos

    Buninha

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