Eu não devia ter dito o que disse. Eu não devia ter dito isso ou aquilo. Eu simplesmente não devia ter dito. Agora que o sol volta a brilhar e o meu coração já não bate acelerado, vejo que é outro dia. Tão mesmo, tão igual. Passou. Juro que passou. Não volta mais. Sem mais nem menos, as coisas se perderam ao vento. E com elas se foram os extremos, os exageros de algo que (se existiu) assinou o seu final. E, desculpe, não faz mal. Juro que não faz. Já há algum tempo cresci. Foi-se a ingenuidade, a necessidade de se ter sonhos pueris. Com eles foram todos os encontros e os desencontros, os sabores e os dissabores de uma vida cheia de leveza, filha da nobreza de um coração juvenil. A maturidade chega e não deixa rastro. Isso é verdade, de fato. Confesso que fiz o meu melhor e, dele, surgiu o lado obscuro, a farsa de quem beija a face. Bem que se diz o bem que te fiz. Passou. Estou melhor, prometo. Então vamos deixar tudo em branco e preto. Adeus às cores de um tempo em que se passava numa vã filosofia, fruto de uma intelectualidade falsa e forçada. Enfim, chegamos ao fim. Eu que não devia ter dito o que disse. Eu que não devia ter dito que te amo.
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