Sua mãe sempre foi autoritária. Tanto, que Roberta parecia que já nascera com aquele laço vermelho-puro amarrado aos seus cabelos. Tinha horas em que ela, quando ainda pequenina, queria ser igual às outras meninas de sua escola: diferente. Porém sua mãe nunca deixou que isso acontecesse, alegando razões que muitas vezes mostravam-se inconsistentes. Não tinha jeito, era sempre o mesmo laço vermelho que vencia a batalha, que apesar de amistosa, ia deixando marcas e um certo mal-estar na relação entre mãe e filha. O fato é que o tempo não pára e torna tudo obsoleto, ultrapassado. Roberta amadureceu e com dezessete anos decidiu que não mais usaria o tão “famoso” e odiado laço vermelho. Ela queria provar novas sensações, novos caminhos e, principalmente, fazer outras escolhas. Para isso, era essencial declarar a dolorosa decisão a sua mãe. Somente dessa forma Roberta poderia sentir o gosto do vento em seus cabelos escuros e sem vida. Somente assim ela poderia sentir-se, finalmente, livre. E assim aconteceu o desenlace. Depois de muitas lágrimas e discussões acaloradas, Roberta poderia usar o que quisesse nos seus cabelos. Tanto que eles subitamente adquiriram um valor que antes nunca tiveram, pois haviam se transformado num símbolo de novos tempos, de uma nova vida. Sua mãe morrera pouco tempo depois, e Roberta não chorou. A relação entre as duas já estava muito desgastada. E assim seguiu a vida da menina que agora era mulher: sem laço vermelho, sem cabelos presos e bem penteados. Depois dessa conquista, sua vida não foi um mar de rosas, é bem verdade. Mas para a liberdade, não há laço que segure, não há ideologia que amarre. Ser livre é tudo. Afinal, não há preço que pague a liberdade, nem mesmo o amor por uma mãe.
cARAMBAAAAAAAAAAAAAAAAAA, a metáfora que vc faz nessa crônica é algo fascinante,perspicaz!!!!
ResponderExcluirAmeeeeeeeeeeeeeeeeeeei !!!
Bjos
BUNINHA GUERRA
cARAMBAAAAAAAAAAAAAAAAAA, a metáfora que vc faz nessa crônica é algo fascinante,perspicaz!!!!
ResponderExcluirAmeeeeeeeeeeeeeeeeeeei !!!
Bjos
BUNINHA GUERRA